Sobre


Ilustração/Jorge Elô
Um dos cartões postais mais antigos de Campina Grande, em tempos de outrora serviu primordialmente como fonte de abastecimento de água para os moradores da região que habitavam o seu entorno. Durantes anos o Açude Velho protegeu a população campinense da seca peculiar que abate o nordeste de tempos em tempos. Anos depois, com a modernização irreversível que atingiu a cidade no século XX, foi necessário dar outro ofício ao velho açude: transformá-lo em ponto turístico.

Hoje ele habita às suas margens os mais famosos cartões postais da cidade: desde estátuas em homenagem a ícones da cultura nordestina à parques e centros de lazer, além de si próprio ser um personagem central ainda na cidade. Aonde manifestações populares e festas rodeiam suas margens sempre que possível.

Porém, há décadas habita uma lenda urbana que é sinônimo de diversão entre os transeuntes e cidadãos da Paraíba que vagueiam e perambulam pelas margens do antigo depositário hídrico. A lenda em questão é um animal que costumeiramente é associado a selvageria, a brutalidade e ao terror nos filmes e televisão. Cientificamente conhecido como Crocodilus, da família Alligator, o infame carinhosamente recebeu da população local a alcunha de Jacaré do Açude Velho.

Assim como o Jacaré do Açude Velho há décadas faz parte do folclore imaginário, há décadas, também, Campina Grande perdeu uma das festas mais tradicionais do Brasil e do Mundo: o Carnaval.

Ilustração/Jorge Elô
Devido a muitos motivos que neste espaço seria inútil detalhar, a cidade na época festiva perdeu sua meca turística que foi transferida para cidades circunvizinhas, aonde os próprios cidadãos daqui preferem passar a período. Apesar de ainda termos a tradição de serem realizados eventos ecumênicos durante o carnaval, esforços para serem mantidas as festas carnavalescas na cidade ainda não se esvaeceram, vide os Blocos da Saudade que efemeramente surgem em algum período do ano.

Em 2011 um grupo de amigos resolveu seguir em frente com essa empreitada de retomada. Ou seja, fundaram o Bloco do Jacaré do Açude Velho. Inspirados também do misterioso Monstro do Lago Ness, utilizando-se da lenda urbana local, o réptil carnavalesco ao invés de assustar, divertiu e promoveu no último dia de folia um verdadeiro revival histórico às margens do dito açude.
Ilustração/Jorge Elô

As ambições do Bloco do Jacaré atravessam a festa em si. Criar uma identidade em torno da figura do Jacaré do Açude Velho, gerando produtos que possam ser comercializados, a fim de impulsionar a economia turística e com a probabilidade do alligator se tornar um potencial mascote campinense, ou seja, visando a longo prazo um fortalecimento econômico e cultural que podem ser viabilizados de forma gratuita e não mercantilista.

Com o intuito de ressuscitar de vez o passado carnavalesco que Campina Grande um dia obteve, mas sem querer ser um bloco da saudade, e sim um estandarte de folia no carnaval campinense, o Bloco do Jacaré do Açude Velho pede passagem na avenida para promover uma festa cultural e social, aberta ao público.

Corra que eu grito: O Jacaré vai te Pegar!

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